Quando alguém que amamos morre, é como se uma parte nós também morresse.
Um vazio instala se no peito.
A dor se mistura com a revolta de já não ter o ente amado ao nosso lado, de já não podermos lhe tocar a mão, abraçar lhe e dizer palavras doces.
A morte de um ente amado é uma dor inigualável, que fere a alma e deixa sempre uma cicatriz.
Mas uma dia, o sofrimento agudo há de ir se transformando, aos poucos, em uma saudade doída que está quase sempre a latejar, até tornar se saudade e bem querer que, já não martela os sentimentos todos o dia.
Com o tempo, a dor e ausência causada pela morte vira apenas uma forte saudade que aparece por causa de uma antiga fotografia, um velho baú de recordações, uma história relembrada, ou um cheiro que surge do nada.
A saudade é memória das coisas boas que ficam guardadas no fundo do peito.
Às vezes aperta, mas não dói mais.