Em olhares escurecidos pela saudade, em lágrimas teimosas em cascatas.
Sinto frio, vôzinho! O vento gela o meu sorriso.
Como essa vida nossa é ingrata! Achamos, vô, que somos donos do mundo.
Nada disso! Não somos donos nem dos nossos narizes
Parece que foi ontem, vô, que eu era tão pequena, franzina e tão chorona e você vinha me dar carinho e me fazer levantar dos muitos tombos.
Lembro me dos passeios de bicicleta e do esforço que o senhor fazia pra me fazer correr contra o vento! Eu me sentia protegida e tão feliz!
Mas, um dia, vi que a vida não era assim tão mágica e cresci Meu corpo espreguiçou se e tive que caminhar sozinha.
E quando pensava que a morte era falácia, perdi o seu colo.
E como sinto aqui esse vácuo imenso chamado saudade!