No meio do nada, você apareceu.
Me olhou, sorriu, e eu fiquei muda.
Muda.
Você e o seu sorriso lindo.
Eu e minha falta de palavras.
Eu te olhava e você caminhava.
Caminhava em minha direção e sorria.
Falta de espaço, falta de frases, falta de ar.
Ai, meu Deus, me deixa viver agora.
Eu preciso morar, dormir e acordar com esse sorriso.
Esse sorriso lindo que duraria uma vida se você quisesse.
E você não parava de sorrir e apertava os olhos.
Grave.
Grave! Seus olhos rasgados, me olhando.
Seu sorriso de um minuto, dez anos, cinco horas.
Você parou de repente e tudo em volta também.
Parecia um filme.
Um filme que eu nem sabia a fala.
Mas eu não tinha fala e você me olhava.
Vai, engole esse sorriso que não é seu.
Come as palavras dele.
Se alimenta.
E lá estávamos nós.
Mudos.
E nosso silêncio que tanto dizia.