Águia, rainha dos ares, caçadora! Por favor, não venhas a devorar meus pimpolhos! Assim implorou um dia a coruja a Sua Majestade.
Com tais respeitos, a águia concedeu: Sim! Respeitarei teus corujinhos.
Basta que os mostres ou me descrevas como são.
Com medo de exibir seu ninho, a coruja se explicou: São os filhotes de passarinho mais lindos e rechonchudos do mundo! E lá se foi a trabalhar e a águia a caçar.
Em pouco a soberana da caça encontrou o ninho da coruja e olhou bem: Esses miniaturas de dinossauro sem penas não podem ser os filhotes da minha admiradora coruja! E foi um belo manjar para o papo! Quando a coruja voltou e não achou os seus filhos, soltou seus gritos desesperados e atraíu a águia de volta que lhe replicou: Tu disseste que eram teus filhos os mais lindos passarinhos do mundo! Se te explicasses melhor, na certa eu os teria poupado! Conclui o fabulista Para quem ama, o feio, bonito lhe parece.
Em outras versões se explica que bonito e feio são conceitos subjetivos e de pouco valor para quem nos ouve.
Bem que poderiam os reformadores sociais entender a fábula e não querer devorar os seus semelhantes em nome de conceitos de ódio, inveja, arbitrariedade e rapinagem.
Perceberiam que seus ideais são como miniaturas de dinossauros para os outros enquanto eles acreditam que são os mais belos corujinhos do mundo!
(A águia e a coruja)