Alguns dias atrás me peguei no início da
madrugada sentado em minha cama,
Com o violão ao meu lado, com minha
cabeça em você e alguns acordes
Que faziam uma harmonia que nem mesmo
eu sabia de onde vinha,
Acordes, dissonantes, sustenidos, bemóis,
notas maiores e menores,
Que tentavam dizer o que estou sentindo.
Notei que a única coisa fora do compasso
era meu coração,
Que ao invés de bater em alguns momentos
apanhava, pois,
Encontrava se sem chaves, sem partituras,
tablaturas ou mesmo sem maestro.
Mas ao menos se encontrava pensando em
você,
Continuei um bom tempo, mais nada de
poesias, letras ou composições.
Só cordas que tocavam, eu não conseguia
expressar em palavras o que sentia.
A música foi parando e eu dormi como se
tivesse acabado
De escutar uma canção de ninar.
Passaram dias, até que chegou ontem e
estava eu agora com um lápis e um papel.
Encontrava me como um escritor, um poeta,
um amante, um amado
Mas, nada de pontos, vírgulas, parágrafos,
palavras ou letras.
continuava sem conseguir falar o
que sentia.
Passaram algumas horas e agora eu me
encontrava junto a você;
Tinha os meus pensamentos, minha voz e o
meu principal público.
E me encontrava como um ator, um
apresentador, um personagem
No palco da vida,
Mas, nada de luz, câmera e ação, roteiro ou
improviso.
Encontrava me calado, em silêncio,
Um beijo em você e você foi embora sem que
pudesse dizer
E agora
Encontro me em frente a um computador
Mouse, teclas e tela.
Como um internauta, um hacker, um
analista.
Foi quando me analisando percebi:
Esteja onde estiver, penso em você.