Às vezes as pessoas entendem a liberdade sobre a escolha permanente de ir embora.
Sinto que cada vez mais as pessoas escolhem acreditar em um amor que não tenta, não abre mão, não dialoga, não conversa.
Como se o medo da verdade fosse maior do que a vontade de ficar, fazer dar certo, tentar outro método.
O medo de se descongelar tornou se maior do que o medo de voar.
Então, clamam por liberdade.
Chamam por ela como se fosse ela que iria tornar a todos felizes.
Asas.
Voar constantemente.
Sem direito a paradas.
Mas, se você quiser parar, não há por que te impedir.
Vá lá, pare.
Pouse no lar que desejar e na primeira contradição sinta se na obrigação moral de decolar novamente.
É que engessaram a liberdade dentro dos moldes do abandono.
Ensinam que os relacionamentos livres são momentâneos.
Paixões de verão.
Isso por que as pessoas gostam de se abandonar, aprenderam a lidar com as relações da maneira mais fácil, covarde e rápida.
Colocam a culpa na liberdade essa falta de capacidade coletiva de cooperação mútua, de desconstrução E cada dia mais desacreditamos nos laços em prol das asas.
Falsas asas.
Muito melhor é voar sem medo de companhia.