Quanto pode caber de mistério um cantinho de olho que contempla o horizonte num olhar sem rumo, ao léu que busca no céu a explicação para o tudo que não se vive que quer viver, mas não se vive, pela escolha incerta
Quanto pode caber de sorriso, num cantinho de lábios, que pela angústia do momento faz se febril, fazendo se espera do beijo apaixonado, translúcido, inteiro!
Que quer fazer eterno, um único momento de amor!
Quanto pode caber de paixão, um cantinho de coração, que repleto do desejo insano, faz se querência do ter mais! Que ilude a esperança numa fantasia lúdica, suave melodia que quer sofrer pelo amor do segundo, na metamorfose do tempo!
Quanto pode sofrer a alma do artista que espera a musa, que repleto de sonhos e de ilusões parte em sua conquista.
Que incansável faz dos seus versos trombetas que anunciam que quer ser feliz eternamente, mesmo que seja num só instante.
Quanto pode morrer e renascer este amor louco, insano! Que renuncia a tudo e a todos e se contorce dentro do templo, que como um plasma percorre todos os cantos do corpo, que acomoda se no nada e manifesta se no tudo, no poema!
Quanto pode ainda esperar a lua, que eternamente faz se presente, testemunhando o ardor dos olhos do artista que a encarou na noite para poder ver à distância sua musa.
Que fez se consolo e permitiu se amar como um totem idílico!