Olhei para o espelho.
O que é que eu estava vendo Pele morena, cabelos cacheados, olhos brilhantes, lábios avermelhados Não, não era isso.
Eu via alguém.
Uma pessoa real.
Com sonhos, metas, planos, amores, sorrisos e força.
Com uma vida.
Fazia muito tempo desde que meu espelho me mostrou alguém assim.
Era, antes, uma estranha quem eu enxergava.
De olhos vermelhos pelo choro, rosto abatido, coração quebrado, alma morta.
Era, agora, gratificante ficar horas olhando para o meu próprio reflexo.
Não pela maquiagem, ou pelo cabelo, ou pela vaidade, mas sim pela mulher que assumira o posto da menina frágil.
A mulher, afinal, sou eu.