Queria eu, ter a pureza de uma criança.
Sorrir ao ganhar um presente sem se importar com o valor que foi gasto.
Pegar o cobertor pela manhã e ir assistir o desenho favorito.
Ir para a escola pensando em brincar.
Chorar já com saudade da mãe ao vê la se retirando para ir trabalhar.
Gritar pelo nome do pai ao ter um pesadelo.
Não se preocupar com os problemas do mundo, e sim com o horário do lanchinho da tarde.
Queria eu, ter a inocência de uma criança.
Achar que sofrimento não existe, e que a palavra dor é só mais uma entre muitas outras.
Acreditar que bicho papão só faz medo em desenhos, e que se por acaso ele surgisse embaixo da cama, o cobertor favorito me protegeria.
Queria eu, ser feliz como uma criança.
Se satisfazer com o abraço da mãe e a atenção do pai.
Saltar de alegria ao saber que iria no parquinho.
Rir até a barriga doer com as cócegas que a avó faz.
Se aconchegar no colo da mãe enquanto a mesma conta a historinha preferida.
Queria eu, voltar a ser criança.
(Laureane Antunes)