Na segunda vez já era ainda mais certo do que na primeira.
Na segunda vez o beijo já se conhecia, a mão já era um pouco menos tímida na hora de procurar a outra.
Na primeira vez a gente se reconheceu, na segunda a gente se encaixou.
E assim foi, nas incontáveis vezes de nós dois sentados em um banco qualquer ou deitados numa cama confortável.
Desde a segunda vez nós já estávamos em casa, e, olha, sendo sincera, eu nunca pensei que existia mesmo um lar por aí para mim.
Eu não costumo descansar, não que considere falta de tempo, apenas não sei desacelerar, você percebeu isso de cara: a minha voz devagar só engana.
E desde então você é um lar para deitar a cabeça e só deixar rolar, mesmo que tudo lá fora se perca enquanto eu me encontro.
Na primeira vez eu bati à porta.
Na segunda minha escova de dente já estava contigo.
Na metáfora da vida eu te quis desde o primeiro segundo.
Na corrida dos dias eu ainda tropeço para nunca, nunca te deixar partir.