Noite ainda, quando ela me pedia
Entre dois beijos que me fosse embora,
Eu, com os olhos em lágrimas, dizia:
"Espera ao menos que desponte a aurora!
Tua alcova é cheirosa como um ninho
E olha que escuridão há lá por fora!
Como queres que eu vá, triste e sozinho,
Casando a treva e o frio de meu peito
Ao frio e à treva que há pelo caminho !
Ouves É o vento! É um temporal desfeito!
Não me arrojes à chuva e à tempestade!
Não me exiles do vale do teu leito!
Morrerei de aflição e de saudade
Espera! até que o dia resplandeça,
Aquece me com a tua mocidade!
Sobre o teu colo deixa me a cabeça
Repousar, como há pouco repousava
Espera um pouco! deixa que amanheça! "
E ela abria me os braços.
E eu ficava.