A felicidade é uma ilusão de ótica, dois espelhos que refletem entre si a mesma imagem do infinito.
Nem tente buscar a imagem original, não existe nenhuma.
Não diga que a felicidade é efêmera.
A felicidade não é efêmera.
O sentimento que se sente e é tomado como felicidade quando se está apaixonado, quando se teve sucesso em alguma coisa, é uma liberdade condicional antes de conhecer a pena: o ser amado não se parece com nada, o que você conseguiu não serve pra nada.
Isso não a faz infeliz, mas consciente.
A felicidade não acaba, ela se retifica.
Nós inventamos a luz para negar a escuridão.
Colocamos as estrelas no céu, plantamos postes a cada dois metros nas ruas.
E lâmpadas dentro de nossas casas.
Apague as estrelas e conteple o céu.
O que você vê Nada.
Você está diante do infinito que seu espírito limitado é incapaz de conceber, de forma que você nada mais enxerga.
E isso o angustia.
É angustiante estar diante do infinito.
Fique calmo; os seus olhos sempre encontrarão as estrelas obstruindo a trajetória deles e não irão mais longe.
De forma que o vazio dissimulado por elas será ignorado por você.
Apague a luz e arregale os olhos ao máximo.
Você nada verá.
Apenas a escuridão, a qual é mais percebida do que vista por você.
A escuridão não está fora de você, ela está em você.