Tempestade
Busco pelos que amo, onde estão
Sumidos, desaparecidos, sugados pela solidão
Dragados, tirados durante o pesadelo
Em fuga, no ruir dos meus sentimentos
E eu mesmo, perdido em meio a tempestade
Na fria e quente madrugada, sacudido por furacões
Só vejo amargura, decepções, caixões e edredons
E entre eu e ela, a morte, aqui e ali, vultos a espreitar
Mas quando tento por um momento, consigo
Fechar meus olhos, sinto os todos ali juntinhos
Juntinhos de novo, todos a quem amo, perto
Vejo os, sinto os, ouço os, parecem me ouvir também,
Ali juntos por um instante, irradiados por tanto amor,
Na ilusão de que nunca partirão.
Abro os olhos