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Carla Monteiro

Eu deveria me calar como a maioria das mulheres,
Eu não deveria dizer o que sinto,
Eu deveria me consolar com o que me dão ou com o que sobra,
Eu deveria me conformar com as desculpas que me dizem pela involução das coisas,
Eu não deveria expressar o que quero para mim
Eu deveria me resignar como fazem muitas mulheres em troca de sustento, teto, paleativos, mas nem tenho isso e nem quero que seja assim,
Eu deveria sair à francesa como tantas fazem sem o outro perceber porém continuando no jogo do “estamos bem”.
Eu deveria subestimar minha capacidade de pensar e de interpretar que as situações, que os planos estão sempre no singular e não no plural
Eu deveria fingir que não percebo que há muitas coisas antes e depois de mim,
E sempre vai haver,
Eu deveria acreditar que há uma um lugar só meu, uma hora só minha, um dia só meu, um tempo só pra mim,
Mas não há.
Os intervalos são cada vez maiores.
Todos os fins de semana em repleta solidão.
Não.
Não sei ser metade,
Porque sou um ser inteiro,
Também não me dou pela metade,
Talvez este seja o meu grande erro
Nem tampouco sei fingir,
Sou uma Mulher, às vezes,“menina”, é verdade, ainda assim sou fiel aos meus princípios,
Não precisa mais achar meu nome na sua agenda,
Ele não é escrito nela há tempos,
E como dizia minha avó:
O que não tem plano, meta, solução cabível
Respondido está!
Nós é que não queremos ver,
Ou a famosa frase: quando se quer acha se sempre um meio,
Mas quando não se quer até a vírgula é desculpa (a vírgula, o sol, a distância),
Tenho a minha dignidade também.
Eu deveria agora só pensar em mim.
Eu devo.
Eu vou.

Eu deveria me calar como a maioria das mulheres,
Eu não deveria dizer o que sinto,
Eu deveria me consolar com o que me dão ou com o que sobra,
Eu deveria me conformar com as desculpas que me dizem pela involução das coisas,
Eu não deveria expressar o que quero para mim
Eu deveria me resignar como fazem muitas mulheres em troca de sustento, teto, paleativos, mas nem tenho isso e nem quero que seja assim,
Eu deveria sair à francesa como tantas fazem sem o outro perceber porém continuando no jogo do “estamos bem”.
Eu deveria subestimar minha capacidade de pensar e de interpretar que as situações, que os planos estão sempre no singular e não no plural
Eu deveria fingir que não percebo que há muitas coisas antes e depois de mim,
E sempre vai haver,
Eu deveria acreditar que há uma um lugar só meu, uma hora só minha, um dia só meu, um tempo só pra mim,
Mas não há.
Os intervalos são cada vez maiores.
Todos os fins de semana em repleta solidão.
Não.
Não sei ser metade,
Porque sou um ser inteiro,
Também não me dou pela metade,
Talvez este seja o meu grande erro
Nem tampouco sei fingir,
Sou uma Mulher, às vezes,“menina”, é verdade, ainda assim sou fiel aos meus princípios,
Não precisa mais achar meu nome na sua agenda,
Ele não é escrito nela há tempos,
E como dizia minha avó:
O que não tem plano, meta, solução cabível
Respondido está!
Nós é que não queremos ver,
Ou a famosa frase: quando se quer acha se sempre um meio,
Mas quando não se quer até a vírgula é desculpa (a vírgula, o sol, a distância),
Tenho a minha dignidade também.
Eu deveria agora só pensar em mim.
Eu devo.
Eu vou.