“Quantas vezes eu não senti vontade de sair do corpo e encarnar um objeto sem vida.
Um lápis talvez, ou qualquer coisa inanimada, silenciosa, parada, sem vida.
Pois era assim que eu me sentia.
Mas passou.
Eu chorei, as lágrimas acabaram, tudo acabou.
Meus olhos secaram, e eu descobri a inutilidade de chorar por coisas que não valiam à pena.
A dor é igual um barco que você observa da praia, parece que está parado, você se distrai com outra coisa, e quando vai ver o barco está longe.
Se você estava sentindo uma dor quando começou a ler isso, agora ela é menor do que antes.
É difícil de acreditar quando se está mal, tudo vira dúvida, mas eu entendo.
Você pode não saber, mas supera.
Sua cama parece o melhor lugar, então deite, durma, esqueça.
Ou não esqueça, mas deite e coloque sua música predileta no fone, escute e ignore um pouco essa sua vontade de sair por ai, gritando aos sete ventos metade das coisas que sente.
Não é errado não saber tudo, só não se esqueça de saber o essencial, que é esquecer.
Tudo passa, e não são só os momentos perfeitos.
Por mais que a dor te lembre e te incomode, ela nunca diz a verdade completa Ela nunca diz que vai passar.