Digo que sinto sua falta às vezes, como se eu não sentisse o tempo todo.
Engulo me persistente em que eu possa ser melhor, mas no fundo sou um poço vazio de decepções e comportamentos traiçoeiros.
Lamento me pela volta, como se a ida não fosse tão mais dolorosa.
E eu prefiro não me despedir.
Dou alguns acenos de longe, sem sorrir, sem piscar.
Tenho medo que você também não volte.
Tenho medo que você também se perca ou se desmonte.
Mas cheiro de café quente ainda está no meu lençol, e ando como se eu estivesse intacta aos cítricos, mas a verdade é que eu realmente encontrei me no silêncio e no escuro em que ficou do nosso sono, ou da nossa falta.
Seremos, sempre seremos.
Mas seremos distante e do avesso, com a sensação de que ainda existem formas de fazer você ficar.
Se te causa dor eu não sei.
Confesso te que também não sei bem se me interesso em saber.
Tenho medo que sua dor tenha efeito sobre mim e que eu não possa mais levantar durante a madrugada, sentando me na janela do quarto, pisoteando as camisas jogadas e segurando uma caneca antiga sem analisar bem o que faço.
Talvez o efeito me faça dormir a noite inteira, então realmente não devo saber.
Mas acho que você deveria lembrar me que ainda existe.
Só por precaução.
Só para que eu ainda possa ouvir sua voz.
Talvez.