Tenho observado – e posso estar errado – que o amor é um sentimento claro e absoluto apenas para quem não desfruta dele.
Nós amamos, desesperadamente, a pessoa que nos deixou.
Nosso amor é óbvio, e inabalável, por aquela criatura que nos deixa em permanente incerteza.
Amamos ferozmente, claro, quem nunca deu sinal de nos querer.
Se isso tudo é verdade, a moral da história é muito clara: nós amamos, realmente, e de forma permanente, o nosso desejo.
Quando ele está saciado – pela certeza do amor e da presença do outro – então já não temos tanta convicção.
Faz parte da nossa natureza perversa, eu acho.