Me vesti de preto, não por que estou de luto
Mas porque não estou bem!
Peguei minha xícara de café, e sentei
Sentei no sofá cor de canela.
Tomei cafeína para ver se existia
Existia com urgência, querendo sair logo desse marasmo
Marasmo da rotina
Rotina que me faz saturar.
Me fazendo suspeitar do dia, da luz, me fazendo preferir o breu
Breu esse, que impregna meu espírito de solidão
Solidão essa, que faz nublar o céu azul, sem perguntar sua opinião!
Que transforma o dia quente e intenso, em dia de frio e insensível.
Mas ao mesmo tempo me acalma, domina meu ânimo.
Me faz refletir no ontem, no hoje.
Me sinto por horas melhor, ouço até minha respiração quente sobre o travesseiro.
Mas não quero
Deixar a solidão, o marasmo, e a rotina me pegar
Agarrando as minhas pernas
Grudando feito lepra no meu corpo e me fazendo estacionar.
Um dia inteiro desse veneno que foi absorvido pela pele
E, espertamente se instalou na alma, já basta!
Ser serena com tristeza
Não vale a pena!
Quero a substância do amor, que é cheia de vigor.
Prefiro mesmo os dias agitados que são cheios de calor.
Calor humano, que me inspira
Me inspira o coração, os sentimentos
E o mais importante, os meus pensamentos.
Sabe o que desejo mesmo
É sangue quente circulando por minhas veias, sempre!