Minha alma é caipira e meu corpo é do mundo
O espírito, encarnado em terras antes guaranis, almeja volitar
sobre rochas glaciais brilhantes, sob a beleza pitoresca da aurora boreal,
sobre ondas correndo a tocar a areia fina, sob o sol quente que vai se pondo.
O corpo se necessita aqui, mas sabe que não é só aqui seu pertencimento.
A minha alma o traz pra cá, no apelo de enraizar um pouco esse que é de natureza se lançar,
pelo espírito que o habita, insaciável.
Continuo forjando as asas.
Meu corpo ainda se lança excitado por esse espírito que tem vontade de voar e não consegue esperar.
Tiro com sofrimento as botinas aladas dos pés, as quais sou tentado a calçar,
já sabendo que não servem mais mas
que me deram a ilusão de voar,
que me levaram pra novos ares e lugares,
que me trazem de volta, e que
que não podem sustentar, tanto tempo, essa doce ilusão de poder voar.
Faço uma pausa nessa avenida de grande movimento,
nessa cidade tão grande,
pronto que estou pra voltar,
será
Forjarei asas,
plantando a mim,
como árvore,
caipira que sou.