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Renée Venâncio

Ontem desenhei teu rosto nas paredes da minha casa.
Esbocei minuciosamente no espelho do meu quarto, teus traços e teu jeito de me fazer bem.
Tudo que vi ficou demais exato por ter sido criado por mim, que mal sei desenhar os meus próprios caminhos.
Usei meus sonhos como tintas coloridas e enchi de encanto a tela vazia da minha solidão.
Rabisquei teu sorriso olhando crianças brincando nas ruas de terra batida e fiquei feliz com o que vi.
Imaginei teus cabelos como se fossem cachos de acácias amarelas balançando ao vento de um outono de cores gris.
Teus braços são ramos que perfumam as minhas mãos frias e aflitas de tanto desejo.
Busquei o brilho dos teus olhos na luz de um dia de sol constante, que nunca chegamos a viver.
A cor da tua pele roubei de uma nuvem branca que passou ligeira pelo céu dos meus pensamentos e desapareceu no horizonte do tempo, onde tudo tem hora certa pra acabar.
Ah! Como você é linda e passageira! Mesmo assim, você me inspira a fazer até o que eu nem sei, inclusive amar com toda verdade! Tudo que desenhei em torno de mim ficou tão perfeito que eu jamais acreditei ser você ali, estampada nos meus braços, refletida nos meus gestos e se escondendo nas sombras do anoitecer.
Mas uma ventania inesperada soprou forte e borrou meus olhos que transbordavam as lágrimas da minha vontade.
Permutamos esperanças pelo medo escancarado de um futuro escrito sem nós.
Derramaram se tintas nos meus planos perfeitos de ser feliz contigo.
Cores vivas se espalharam pelo chão empoeirado da minha tristeza e escorreram até o final de mim.
Naquela tela, antes branca e pura, agora pulsam velhas lembranças de tudo aquilo que jamais seremos outra vez.
Apesar de não ter tido a chance de amar com a medida e a urgência que eu tanto quis para nós dois, desenhei com inspiração e dor a tua vida no vazio da minha vida.
Delineei teus traços na escuridão dos meus dias com primor, exatidão e formas das quais jamais ouviremos falar em outra ventania.
A minha saudade é um retrato borrado pelas cores da desilusão.

A confiança é um dos sentimentos mais nobres que um ser humano pode colher e cultivar dentro de si.
Confiança é a base das grandes amizades, dos amores verdadeiros e das relações que não se baseiam na mentira.
Confiança é a raiz do entendimento, até mesmo entre seres opostos.
É o elo mais forte dessa corrente que une pessoas que se completam de alguma forma.
Confiar é entregar ao outro, sem medo, tudo que há de mais valioso dentro do nosso coração.
Podemos dizer que a confiança é como uma taça feita do cristal mais translúcido e delicado que possa existir.
Se essa taça cai e se quebra, não há mais nada no mundo que possa devolver lhe as mesmas formas de antes.
Confiança, quando vai embora, nunca mais volta.
Confiança é pedra preciosa que não se atira ao mar.
E por mais que haja em nós a bondade e a nobreza do perdão, depois de provar a frustração de ter acreditado em vão em alguém, sempre ficaremos com uma pulga atrás da orelha a nos roubar a tranqüilidade do sono.
A desconfiança é uma ave agourenta que paira dia e noite sobre as cabeças dos enganados.
Desconfiar cansa e faz definhar os nossos melhores sentimentos.
Para se gostar de alguém sem restrições e manter um convívio são, é necessário que haja credulidade entre as pessoas.
Credibilidade não é uma invenção de última hora, é uma conquista paulatina.
Se não houver confiança numa relação, não haverá mais nada pelo qual valha a pena lutar.
Sem confiança não há liberdade de gestos.
Sem confiança não há entrega.
Sem confiança, todas as portas da nossa alma se trancam, e a luz que deveria iluminar a nossa aura, se dilui numa espécie de escuridão que assombra a vida da gente.
Confiança não se compra, não se vende e não se finge.
Confiança é a força que nos move na direção de quem a gente mais ama.
E, por mais que sejamos imperfeitos, confiar e ser confiável é muito mais do que um simples tratado social, é uma questão de caráter e de respeito ao próximo.
Confiar é a arte de poder amar sem medo, dormir tranqüilo e sentir o doce perfume da paz em cada movimento da nossa respiração.
Confiar dispensa meios termos: ou é para sempre, ou é para nunca mais.