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Carlos Conrado

Ode ao Corvo
Ao mestre Edgar Allan Poe
"Ó Senhor Mistério que comigo agora estás,
Levanta te desta poltrona, amigo,
Nunca, jamais, te esqueças do que digo,
Oculta de minha mente meus sonhos infernais,
Nunca me faças padecer na dor, de ter
Aqui comigo, esses tormentos tais
Olhes ao fundo da taça que te ofereço,
Bebas, pois este é o sangue dos imortais,
É chegada a hora de inundar a garganta e,
Lubrificar estas cordas vocais
Para o canto do ilustre corvo de Poe
És tu, amigo, este pássaro que choras
Nos espaços dos meus umbrais,
Pela musa Lenora que se foi
Conheço a tua saudade esmagadora,
Já me perdi na vida de aventuras,
Fui ferido pela musa da Ternura,
Cantei somente uma vez e nada mais
Olhes atentamente o retrato que te incomoda
Vês nele as minhas digitais
Pois bem! Estimado companheiro,
Já amei o teu amor, não amo mais
Este coração que guardo no peito
Foi tomado por forças tais,
De um escorpião de tamanho feito
Que me enlaçou de tal jeito
Fazendo me um dos seus amores mortais
Minha alma, hoje, clama a força,
Ó ave feia e escura que aqui estás,
Tu, somente tu criatura noturna,
Ouviste este canto desabafo declarante.
Costure neste bico a tua língua delirante
Para que a tua voz nunca mais,
Ouse explanar essas fraquezas fatais
Entreguei me a filha de Novembro,
Àquela bela cujos cachos negros,
Enfatizei, nos meus sonhos perfeitos,
Deixando me domar pelos desejos materiais!
Ó pássaro das escuras
A lucidez está a me esperar
Adeus senhor das plumas,
Espero ver te nunca mais."
Por Carlos Conrado
Extraído do livro Poesia Condenada 2006.

Ode ao Corvo
Ao mestre Edgar Allan Poe
"Ó Senhor Mistério que comigo agora estás,
Levanta te desta poltrona, amigo,
Nunca, jamais, te esqueças do que digo,
Oculta de minha mente meus sonhos infernais,
Nunca me faças padecer na dor, de ter
Aqui comigo, esses tormentos tais
Olhes ao fundo da taça que te ofereço,
Bebas, pois este é o sangue dos imortais,
É chegada a hora de inundar a garganta e,
Lubrificar estas cordas vocais
Para o canto do ilustre corvo de Poe
És tu, amigo, este pássaro que choras
Nos espaços dos meus umbrais,
Pela musa Lenora que se foi
Conheço a tua saudade esmagadora,
Já me perdi na vida de aventuras,
Fui ferido pela musa da Ternura,
Cantei somente uma vez e nada mais
Olhes atentamente o retrato que te incomoda
Vês nele as minhas digitais
Pois bem! Estimado companheiro,
Já amei o teu amor, não amo mais
Este coração que guardo no peito
Foi tomado por forças tais,
De um escorpião de tamanho feito
Que me enlaçou de tal jeito
Fazendo me um dos seus amores mortais
Minha alma, hoje, clama a força,
Ó ave feia e escura que aqui estás,
Tu, somente tu criatura noturna,
Ouviste este canto desabafo declarante.
Costure neste bico a tua língua delirante
Para que a tua voz nunca mais,
Ouse explanar essas fraquezas fatais
Entreguei me a filha de Novembro,
Àquela bela cujos cachos negros,
Enfatizei, nos meus sonhos perfeitos,
Deixando me domar pelos desejos materiais!
Ó pássaro das escuras
A lucidez está a me esperar
Adeus senhor das plumas,
Espero ver te nunca mais."
Por Carlos Conrado
Extraído do livro Poesia Condenada 2006.