Acho que não sou deste mundo.
A falar a verdade, eu sempre me senti estranhamente deslocado neste aqui.
Sou de outro, só posso concluir.
Tenho dificuldades, confesso, de conviver com as perversidades deste planeta – as grandes e as pequenas.
Fico confuso com os jogos de poder.
Pergunto: o que é mesmo que se ganha E carrego, agarrada e apertada no peito, esta saudade esmagadora do bem que eu queria pra mim Do bem que eu queria em mim
Quem sabe, também no afã desta saudade, não se orou “Pai, leva nos ao teu reino”, mas, inversamente, “Pai, venha o teu reino”.
Porque não está fora, nalgum lugar distante, este outro mundo que tanto anseio, mas lá dentro, à espera da minha coragem e disposição de reconhecer que, no fundo, sou eu o estrangeiro aos olhos de mim mesmo.