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j g araujo

"Você"
Hoje sinto me só, neste abandono
que põe na alma da gente um não sei quê
Para dentro dos olhos vejo o outono,
paisagem cor de cinza e esse ar de sono
que em plena primavera ninguém vê
Não é tristeza propriamente: é esplim;
nem sei se é esplim: é um sentimento vago;
hoje sinto me só, sinto me assim
como a flor que lá fora no jardim
a aragem despetala num afago
Finíssima neblina há no meu Ser
e em minha alma tristíssima faz frio,
se lá fora há calor, e ouço o prazer
cantando na alegria de viver,
por que no meu destino esse vazio
Hoje sinto me só e há uma tortura
nessa profunda e impenetrável mágoa
Minha vida é uma sombra é uma figura
que se debruça numa noite escura
no olhar parado de uma poça d'água.
Hoje sinto me só e faz me mal
ficar só, quando a noite está tão calma.
.
.
Quanta gente infeliz, sentimental,
sentirá, com certeza, uma ânsia igual
à que eu sinto rondando na minha alma
Pela janela aberta entra o bafio
morno, de um ar que embriaga e que perfuma;
vem da sombra um rumor, um murmurio,
talvez, quem sabe passe adiante um rio
Mas bem sei que não passa coisa alguma
Esse rumor que chega aos meus ouvidos
que impregna o ar assim, esse rumor,
é a canção de mil beijos escondidos,
de lábios entreabertos e vencidos
que se procuram na ilusão do amor
Eu sei bem por que sofro e o que eu almejo,
minto afirmando que não sei porquê,
falta uma boca para o meu desejo,
falta um corpo que eu quero e que não vejo,
Falta, por que não confessar Você!

"Você"
Hoje sinto me só, neste abandono
que põe na alma da gente um não sei quê
Para dentro dos olhos vejo o outono,
paisagem cor de cinza e esse ar de sono
que em plena primavera ninguém vê
Não é tristeza propriamente: é esplim;
nem sei se é esplim: é um sentimento vago;
hoje sinto me só, sinto me assim
como a flor que lá fora no jardim
a aragem despetala num afago
Finíssima neblina há no meu Ser
e em minha alma tristíssima faz frio,
se lá fora há calor, e ouço o prazer
cantando na alegria de viver,
por que no meu destino esse vazio
Hoje sinto me só e há uma tortura
nessa profunda e impenetrável mágoa
Minha vida é uma sombra é uma figura
que se debruça numa noite escura
no olhar parado de uma poça d'água.
Hoje sinto me só e faz me mal
ficar só, quando a noite está tão calma.
.
.
Quanta gente infeliz, sentimental,
sentirá, com certeza, uma ânsia igual
à que eu sinto rondando na minha alma
Pela janela aberta entra o bafio
morno, de um ar que embriaga e que perfuma;
vem da sombra um rumor, um murmurio,
talvez, quem sabe passe adiante um rio
Mas bem sei que não passa coisa alguma
Esse rumor que chega aos meus ouvidos
que impregna o ar assim, esse rumor,
é a canção de mil beijos escondidos,
de lábios entreabertos e vencidos
que se procuram na ilusão do amor
Eu sei bem por que sofro e o que eu almejo,
minto afirmando que não sei porquê,
falta uma boca para o meu desejo,
falta um corpo que eu quero e que não vejo,
Falta, por que não confessar Você!