Olha só a loucura: Vivo esperando pelo dia em que você vai passar por mim e me ver feliz, nem aí pra você, com outro cara bem melhor ou só comigo mesma, que sou uma companhia maravilhosa.
Ao mesmo tempo só queria pedir arrego pro mundo, poder me despir de todo esse orgulho, ignorar meu amor próprio e deitar no seu colo, pra encontrar em você o meu conforto pra tua ausência.
Quando você me liga num fim de tarde, queria ir correndo e pedir por outros fins de tarde, quando você tiver tempo, quando você quiser.
E me alimentar novamente das suas migalhas, sempre tão pouco que me faz sugar coisas de mim mesma, coisas que eu nem tenho pra dar.
E eu me vejo tão completa e depois tão vazia, numa fração de segundos, assim que vejo suas costas indo.
Indo e não sabendo quando elas vão voltar ou pra quem elas vão chegar até a volta pra mim.
Queria te pedir, pelo amor de Deus, pra você parar de brincar assim, me testar, me esgotar.
Pra você ir ou ficar, mas, por favor, não ficar indo e vindo.
Não rouba minha paz assim.
Daí eu lembro que amor não se implora, que consideração não é um favor que se pede, e preciso continuar sendo forte.
Mil armaduras pra afastar você, querendo desesperadamente você por perto.
Lembro que você quem fez tudo acabar assim, que você ainda tem muito que aprender e eu não tenho mais condições nem tempo de te ensinar.
Então eu continuo andando, reto.
Ouço sua voz e diminuo o passo, ainda te gosto tanto.
Mas continuo reto.
Um dia vou estar longe demais pra te ouvir.
E é por isso que eu não paro.
Que se dane nosso fim, meio, começo.
Quero meu recomeço, e só.