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Noeli de Paula

E o tempo ia passando, as dificuldades aumentando, meu pai enfraquecido e minha mãe do mesmo jeito.
Apesar de 7 filhos, apenas eu,a caçula de 13 anos convivia com a tal situação.
Meu pai cortava cana para um fazendeiro, roçava os pastos ,era o dinheiro que entrava.
Os frangos que tínhamos no terreiro era pra vender na cidade, os ovos, as bananas também.
Eu procura no bananal algumas antes do meu pai ,lembro que amassava em uma caneca com água e açúcar rsrs ,saboreava como vitamina.
Em setembro era a época de preparar a terra para o plantio, eu amava essa época.
O canto do sabiá, ate hoje quando ouço, me vem a saudade.
Quando o arado passava,eu achava batata doce.
No plantio meu pai cavava a cova, e adubava,meu irmão colocava o milho e eu o feijão.
Era legal! Mas quando a plantação brotava, aí sim eu sofria,eu passava dias no alto da colina com uma lata e um pau na mão, quando o bando de pássaros deciam eu batia na lata e gritava ,puuuuulêeee ,assim eles não conseguiam arrancar nossa plantação.
Não era fácil.
Minha casa era simples, os quartos era de assoalhos de madeira bruta, a cozinha era de chão.
Toda sexta eu passava argila amarela nas paredes para cobrir a parte escura que o fogão a lenha fazia, e no chão também.
As vezes passava cocô de boi,o chão ficava verdinho e quentinho.
E eu fingia que era carpete.
Na minha casa não tinha banheiro, a noite usávamos o penico, e durante o dia era no mato .
Muitas vezes eu encontrava cuecas do meu pai penduradas nas bananeiras kkkk,acho que não dava tempo dele chegar num lugar reservado, então já cagado ele abandonava por la mesmo.
Ahhh tenho muitas historias pra contar