Fui à igreja com o meu cão, fiquei à entrada a admirar o enorme e magnífico portal, estilo gótico, de uma beleza descomunal Ele entrou, possivelmente p´ra ir rezar, mas como não tinha pecados não precisou de se confessar.
Estranhei a sua demora, entrei para o ir espreitar, e dei com ele a dormir encostado ao altar.
Penetrei na nave alta e senti um arrepio de frio, pela imensidão do seu vazio
O padre viu me entrar na igreja pelo som dos meus passos, e perguntou me se o cão era meu, respondi lhe que sim, ele diz me que o cão não podia ali estar; fiquei indignado pela ousadia de tamanha desfaçatez, ao qual lhe respondi que ele não tinha pecados era feito por inteiro, é apenas um animal sem comparação nem igual.
Após a nossa controvérsia, por final indaguei o padre, que isso era uma autêntica descriminação porque se o cão não podia ali estar as ovelhas também não Ele encolheu os ombros virou me as costas afim de ir confessar se sem emitir qualquer som.
O cão continuou a dormir encostado ao altar, não se incomodando da conversa que estávamos a travar Neste plebiscito animal reinaram os ecos sem som racional.