Antes de começarmos, vos digo que este texto é um trecho de um pequeno livro que estou escrevendo.
Eu o escrevi a pouco tempo, e tudo que eu estava sentindo no momento, eu ocultei dentre estas palavras.
Espero que possam entender, pois o que esse texto quer passar vai muito além das palavras.
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Sabe
Eu morri.
Morri quando me entreguei, morri quando chorei, morri quando sofri, eu morri até quando ri.
Morri, pois me aproveitei das minucias que fizeram questão de me oferecer.
Como provas, carrego feridas em que apenas eu e os que me esfaquearam pode enxerga las.
Eu não sou louco, eu morri mesmo.
No dia seguinte, me encontrei deitado em frente a uma porta em que jamais tinha visto; ela era diferente, pois na medida em que eu queria abrir, ela se afastava de mim.
Linda era aquela porta.
E era assim todos os dias.
Eu morria, e sem nenhuma razão, no crepúsculo eu acordava sempre em frente à mesma porta onde minhas tentativas de abri la eram sempre falhas.
Cansei! Que se dane essa porta.
Sabe
Eu também tive a experiência de viver.
Eu nunca gostei de viver, era agonizante.
Minhas pálpebras sempre se beijam quando me lembro das circunstâncias em que esse tal de viver me fez passar.
Já está tarde, irei morrer.
Dessa vez não haverá volta, não haverá um despertar e não haverá uma porta.
Meu desejo final é saber o que essa porta ocultava de mim.
Alguém descubra, por favor.
Não se esqueça de levar consigo a chave; era isso o que me faltava, a chave.