INTROVERSÃO
Saí do prumo
Perdi o meu rumo
Mergulhei na incerteza,
Afoguei me na estreiteza
Peguei a trilha totalmente errada e,
Senti me, de vez, acabada,
Virei carta marcada,
No jogo do vale nada
Meu barco ficou sem leme,
Arrebentando se em pedras e rochedos,
E eu, impassível, assistia a tudo,
Paralisada, diante dos meus próprios medos.
O não me importo está tão próximo do me importo,
Que não sei dizer a linha que os separam,
Só sei que aquilo que tanto evitamos,
É o que nós mais facilmente nos deparamos
Acertei o compasso
Soltei me do laço
E agora, o que faço
O que não avança
Também não retrocede
Às vezes a apatia é tanta,
Que você não sabe se ganha ou se perde
Sem dúvidas, sem certeza
É assim que é a vida,
Enquanto a vida é
É tão maior a tristeza,
Quanto menor é a fé
A calmaria nem sempre significa paz,
E a gente paga aqui o que aqui a gente faz
Da escuridão veio a luz,
Da claridade veio a certeza,
Que o mesmo que nos seduz,
Também nos leva à pobreza.
Achei o prumo!
Acertei o rumo!
Novamente mergulhei
Só que agora me salvei!
Mariluci Carvalho de Souza.