Felicidade Cíclica
Em uma segunda feira, acordo em meu quarto escuro, sem ter a mínima noção do tempo, me sinto fatigado pela mesmice da vida.
Vou em direção da mesa de jantar, me deparo com um cordão de formigas roubando restos de uma pizza que outrora me satisfez.
Uma linha vertical de luz me confronta, ponho as mãos sobre os olhos para ameniza la, sinto um calor prazeroso em minhas mãos, vinha de uma grande janela entreaberta de Jacarandá, com maçanetas redondas e empoeiradas.
Sem mais delongas, eu lentamente abro ela.
Após o grande clarão de luz, veio uma brisa suave desmanchando meu cabelo, abrindo meus olhos, contemplo um imenso céu, com nuvens esparsas dançando em grande harmonia.
Abro um sorriso com os olhos lacrimejados, e contemplo um singular espetáculo que a vida me presenteou.
Observo as pessoas na rua, pasmas com minha admiração aos céus, elas começam a encarar aquela imensidão, entretanto, não enxergam nada.
Como a humanidade pode apreciar um céu em um quadro, e não olhar a realidade que os confronta – Esbravejei.
Um menino escuso na multidão, com uma boina de panos velhos de uma cor similar ao caramelo, digere a minha pergunta, abre um sorriso e em seus olhos brota um lampejo.
Logo em seguida, a melancolia se mostra em seu semblante, ao olhar tantas pessoas cegas para aquele espetáculo, então ele esbraveja