Enigmática às vezes,
Divertida quando no fundo estou triste
Séria e zen quando as coisas fluem bem.
Mais o meu natural mesmo é não ser normal.
Meus pés criam asas do nada
Tenho asas invisíveis que só eu sei.
Só eu sei o tamanho,
Só eu sei o preço que eu pago, só eu sei.
Essa cocaína que naturalmente exalo
É de mim, mora nas entranhas
Das estranhezas de minha alma.
Alma sincera, quando maliciosa, camaleoa.
Minha cor não tem cor definida,
Todas as mulheres moram em mim.
Às vezes inflama e bum, explode
Sou paixão, terreno perigoso
Contramão para os indecisos e logo aviso!
Não ouse entrar sem total asserção.
Figo viçoso,
Flor de espinho,
Vinho sozinho,
Carinho sem ninho.
Destino sem direção.
Não tenho certeza de muitas certezas,
Quimera, sorriso, fada
Atmosfera sem muito sentido,
Primavera fora de época,
Triste sem preconceito de ser
Idealista sem inquisição,
Nômade com endereço certo.
Espelho, espelho meu
Quem de verdade, sou eu
Uma fulana,
Uma sicrana
Ou uma beltrana.
No fundo, no fundo,
Quero morrer sem saber
Vai perder a graça,
A graça dos meus traços
Eles escorrem e saem sem medo por aí,
Sem lei, invisível, indomável.
Girando, cantando, sorrindo
Chorando, chorando, chorando,
Esperando, desejando, possuindo
Em chamas.
Liberta sem trama, sem máscara.
Só com um sorriso largo, seja feliz ou triste,
Meu verdadeiro estado.