E ainda que o mundo pareça desabar, me mantenho forte, ao menos a aparência, sofro calada.
Levanto, passo maquiagem no rosto, arrumo os cabelos e vou pra faculdade, sofro calada.
Mantenho a postura, o sorriso no rosto e a firmeza ao andar/falar, sofro calada.
Encaro de frente, enfrento o problema, não caio frente á "gente", sofro calada.
Chego em casa e desfaço a máscara, limpo o rosto, choro e morro, o problema é meu.
Ninguém usa minhas lágrimas como armas contra mim, a fraqueza é minha, responsabilidade minha, problema é meu.
Um coração infantil, frágil e sentimental, mas meu emocional é meu segredo, problema é meu.
Se choro, se sofro, se na garganta o nó sinto o gosto, problema é meu.
Se o medo me visita, a insegurança em mim habita, sofro calada, o problema é meu.
E que atire a primeira pedra quem nunca sofreu injustiça, quem nunca sofreu por fofoca, mentira ou difamação.
Se alguém me faz mal, esse alguém sofre mais.
Mas se eu sinto algo, sofro calada, o problema é meu.
Beatriz Citro