Ontem, ouvi o mundo desabar e você estava nele.
Magnífica, imensamente magnífica, feito uma águia que cruza pela primeira vez a primavera dos céus de Paris.
Exuberante, imensamente exuberante.
E esperançosa.
Sim, imensamente esperançosa.
Quem ama (ou voa) sempre encontra uma sobra de esperança que cobra nossas atitudes e cobre os nossos medos com lençóis abençoados de coragem.
Eu ainda espero as suas sobras de esperança e coragem.
Somos imbecis, meu amor.
Dois belíssimos imbecis vagando por este mundo que desaba, interpretando os sinais vitais e os eteceteras e tais que a vida nos dá: o amor, por exemplo.
Nos escombros, seus ombros feridos ainda me dão aquela esperança.
Sim, aquela magnífica e corajosa esperança.
Paris, em ruínas, continua iluminada.
Às vezes, o destino dá um nó(s).
É aí que os nossos caminhos se cruzam.