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Edna Frigato

É para eles que eu tiro o chapéu
Eu tiro o meu chapéu para os homens que tem atitude e não só palavras;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que nos tiram sorrisos e não lágrimas;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que nos acham lindas ao acordar e não só quanto estamos arrumadas para passear;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que passam a mão em nosso cabelo e não nas nossas coxas;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que olham em nossos olhos e não no decote;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que desenham o caminho do riso em nosso rosto e não o da lágrima;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que borram o nosso batom e não o sorriso;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que nos fazem ficar com a barriga doendo de rir e não com a alma;
Eu tiro o chapéu para os homens que quebram a barreira do medo, da distância, do silêncio e não o nosso coração;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que nos prendem dentro de um abraço e não nas amarras do ciúme deles;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que colocam flores em nosso pensamento e não grilo em nossa cabeça;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que nos chamam de amor e não de gostosa;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que escolhem a mulher pelo caráter e não pelo tamanho do bumbum;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que dividem as tarefas domésticas conosco ao invés de só dar uma mãozinha;
Eu tiro o meu chapéu para os homens que partilham as responsabilidades na criação dos filhos e não a cama;
Eu tiro o chapéu para os homens de verdade e não para os moleques;
Tiro o meu chapéu para esses super homens que além de despertar o melhor que há em nós, ainda nos lembram a todo instante que somos nós e não a popozuda da revista o seu mulherão da porra.

Qual o sentido da vida
A ciência propõe duas explicações para essa dúvida metafísica.
A primeira, mais tradicional, é: o sentido (objetivo) da vida é se reproduzir, ou seja, ter filhos.
Ponto.
Isso vale tanto para nós como para o sabiá, o cordeiro patagônico ou o bicho da seda.
Pelo menos é o que diz a tese do biólogo britânico Richard Dawkins.
Segunda: O cérebro humano possui um mecanismo chamado sistema de recompensa.
São grupos de neurônios situados em certas regiões, como o septo – que fica bem no centro do cérebro.
Toda vez que fazemos algo física ou mentalmente agradável, qualquer coisa mesmo, esses neurônios causam a liberação de dopamina, neurotransmissor responsável pela sensação de prazer.
As demais áreas do cérebro são inundadas pela dopamina – inclusive aquelas que manejam o autocontrole e as emoções.
Você sente prazer.
E tem vontade de sentir de novo.
E de novo.
E de novo O sistema de recompensa tem uma influência gigantesca sobre nossas ações e decisões.
Sempre que você se sente bem, ou mal, é esse sistema que está fazendo isso acontecer.
E ele nem sempre nos guia no caminho de gerar descendentes – você deve conhecer gente que não tem filhos, nem quer ter, e está muito bem assim.
Porque existe uma segunda explicação para o sentido da vida.
Em vez de espalhar genes, o objetivo pode ser contentar o sistema de recompensa.
Traduzindo: ser feliz.
* Não consigo olhar para o ser humano como um marionete movido por pulsões meramente biológicas.
Sempre acho que somos mais que isso.
Que há algo na cartola no Universo para nos surpreender.