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Carolline Milici

Desculpa, já é tarde da noite, ou melhor já são quase cinco da matina, e aqui estou, escrevendo.
Refletindo, repensando, recomeçando mas eu não consegui, antes de olhar uma última vez para trás.
Maldita música que me fez lembrar aquela cantora louca que anda com um cortador de grama pela cidade, e aquele rap de "romeu e julieta".
Essa é a hora, o momento de eu ter minha válvula de escape, minha saída de emergência.
Eu não sei se jogo na cara as mentiras, ou a enrolação ou a falta de amizade de consideração.
Não sei se finjo, se escondo, se ignoro pra nunca mais, nunca, cometer esse erro novamente.
"Uma menina fofinha e esperta que acreditou em quem não devia, de novo." Mas, esquece já deu, e você sabe que já é tarde, tão tarde quanto as horas no relógio.
Nada de lamentação, ninguém nunca foi obrigado a nada, pressionado a nada.
É só a vida.
E, a única certeza é que ela segue, e ela vai seguir ano que vem comigo longe dessa opressão que chamam de "Brasil".
Bons momentos, sensações, reações, risadas, sorrisos, obrigada! Eu agradeço, mas não guardo nada.
Eu era diferente, na verdade eu sou realmente, o que eu digo e faço, até você sabe distinguir que não é comum.
Eu não me iludo, mantenho uma distância, desconfio das pessoas, mas mesmo assim me preocupei, e até me importei por um mínimo que fosse, mas esquece amigão, foi perda de tempo.
Não te culpo, não te julgo, só me despeço que adeus sem graça mas eu ainda acho razão para escrever pra quem nunca vai ler.
Uma alma já morreu há muito tempo, mas essa ainda não é minha, eu acreditei que ainda tinha solução, e eu ficaria pra ajudar a recuperá la, mas não vale, se nem a amizade prevaleceu aqui.
Ana, Julia, Beatriz, Carol e todos os outros nomes, só são nomes, quem não te trocou, te substituí te usou São só nomes, só garotas, iguais umas perdidas assim como a/o personagem principal.
Mas, valeu, não guardo nada de ruim, e só penso no bem um quarto vazio, uma garrafa de Whisky quase vazia, um beck e um coração vazio, uma alma gelada E, do outro lado da cidade um sorriso, um perfume doce, um fraco por comédias do Adam Sandler, Ben Stiller e Jim Carrey, uma vocação para escrever, e uma trufa de menta.
E, o sono já a consome e a essa altura já se perdeu na parte do "quero um dia te mostrar tudo que aprendi dessa vida louca já pensei em desistir no meio do caminho perigo e mais uma vez te escrevo " ela pisca mais duas vezes, mas tá ligada, esperta não precisava disso, mas é só uma confirmação das suas teses, e dessa vez alguém tinha que pular do bonde andando, alguns arranhões e dores musculares, mas ela saltou olhou pra trás, alguém acompanhou Não Então vamos! Faz o caminho à pé que é esquema, porque a falta de coragem, o drama e as desculpas ficaram naquele vagão, assim como o tempo perdido por algo que a estagnava em falta de disposição.
Segue em frente, olha pra frente, e pensa: é a vida!
Um novo sentido

Tudo que fiz foi como amiga.
Tudo que venho fazendo até agora é pela amizade.
Uma relação, independente do nível de intimidade, continua sendo uma relação e, não tem como isso ser uma via de mão única.
Eu não quero brigar, já cansei de ser assim.
Agora, faço questão do silêncio e, não pelo fato de ser orgulhosa ou egocêntrica, é só pelo simples fato de me sentir desgastada.
Eu me sinto devastada, mas ninguém vê, não tem uma pessoa que perceba que quanto mais eu tento aparentar força, mais eu desmorono de fraqueza.
Eu só queria conversar, eu só queria colocar tudo em pratos limpos, esclarecer as coisas, mas parece que não é tão fácil assim.
Tenho a mania de ser dramática, de ser manhosa, de complicar as coisas, só que dessa vez eu queria que fosse simples! Eu tentei, eu juro que tentei todos os jeitos possíveis que minha mente achava, porque eu queria contornar a situação, eu não queria ver Eu quis fingir, eu quis fugir, eu quis me iludir, eu quis mentir, mas acontece que eu não posso mais mascarar a vida desse jeito.
Sei, que amizades verdadeiras não viram pó da noite pro dia, sei que amigos não são orgulhosos quando a falta do outro é gritante ao coração e, sei também, que tudo se resolve na base da conversa, na base do perdão, na base do amor.
Então, mais uma vez não vou acabar com nada que já tenho (para sempre), porque para sempre é um termo muito forte, mas para o bem do meu coração, para o bem da minha alma, eu não quero mais isso pra mim, não no momento, não enquanto tento gritar com uma melancia no pescoço e um mega fone na mão na tentativa desesperada de ser vista, por alguém que está na minha frente e parece que não consegue me ver.

E, pra todo mundo eu continuo aqui!
Eu me sinto sozinha estando rodeada de pessoas.
Pessoas as quais eu amei a vida toda.
Tomar uma decisão que parece simples nem sempre é tão fácil como pensamos.
E, algumas vezes as pessoas que você mais ama e confia te dão as costas.
Se voltam contra você pelo simples fato de você escolher como quer levar a vida.
Eu me sinto presa
Sinto como se estivesse acorrentada a vida toda, impossibilitada de fazer algo por conta própria.
Uma marionete perfeita.
Ouvia, obedecia e fazia tudo que ditavam.
Desde como eu tinha que lavar a louça, até qual futuro eu deveria escolher para mim.
Sim, uma perfeita marionete.
Criada, educada, feita para satisfazer os desejos alheios.
Hoje, eu não sei o que fazer.
Nem sei ao menos o que pensar Me sinto perdida.
Eu escolho continuar atrás da vida que quero ter um dia ou escolho trazer essas pessoas de volta Porém, se eu escolher tê las novamente, escolho me submeter às suas vontades.
É fácil falar “escolhe o que você quer” não sentindo um rombo imenso no peito.
Minha família me abandonou.
Meus amigos eram só meus amigos quando eu fui o que eles queriam que eu fosse.
Todo mundo só era comigo se eu retribuísse seus caprichos.
Hoje eu enxergo o abuso! Era falso.
Tudo sempre foi uma mentira.
Eu depositei toda minha confiança nessas pessoas.
Todo meu amor.
Todo meu eu.
E, de uma hora para outra tudo desmoronou, foi abaixo derrubando finalmente as máscaras dessas pessoas.
Tanto fingimento.
Tanta mentira.
Como pude ser tão burra Percebo que deixei de ser “egoísta” pra mim para deixar o outro ser egoísta comigo.
Cadê minha autonomia Cadê minha liberdade Cadê a minha vida, hein Eu me tornei a vilã de uma história que para começar nem é minha, já que foi escrita por outros e não por mim.
Eles têm raiva.
Me abandonaram porque sabem o quanto eu os amo, e sendo ingênua e com um coração assim não ia aguentar muito tempo.
Pois bem.
Eu tenho morrido por dentro a cada palavra dita ou a cada silêncio.
Tenho morrido por dentro a cada dia que passa e vejo minha vida mais longe de parecer com meu sonho.
Tenho morrido por dentro com a falta de empatia e compreensão comigo.
Mas, eu tô aqui! Firme, mesmo cambaleando.
Eles acham que eu vou ceder.
Que eu vou cair.
Que eu não vou aguentar mais Eles acham que eu não tenho forças para suportar.
Pois bem! Eis que lhes digo apenas uma coisa: JUST WATCH ME!
Só vejam eu conquistar o mundo enquanto dou adeus para vocês.
Eu não sou mais a menina que corre para saia da mãe quando algo não sai como o planejado.
Eu não sou mais a criança que chora e fica no chão.
Eu não sou mais a filha que se culpa por não satisfazer os desejos dos pais.
Eu entendi que mesmo quando eu dava tudo que eles queriam de mim, ainda sim não era o bastante.
Ainda sim não era o suficiente E, nunca foi.
Então, me aguardem.
Porque se vocês fazem chover, eu faço nevar.