Pela libido e lua cheia ela sempre curtia sair com vários caras.
Por segurança e pela privacidade ela sempre bloqueou suas fotos no Face.
Por saúde e pela frescura ela sempre pediu pão integral.
Pelo medo e pelo arrepio ela sempre assistiu os filmes do Kubrick.
Pela coragem e pela viajem ela nunca arregou para quaisquer entorpecentes.
Por cautela e por sua infra estrutura, ela só ia ao shopping depois do dia 20.
Pela fé e pelo migué ela nunca se esqueceu de sussurrar pro divino.
Pelo sossego e pela sola dos pés ela curtia tirar dias livres sem sair da cama.
Pela mentira e pelo sarro ela sempre diz ter 5 anos menos do que lhe dão.
Pela confusão e pelo sangue quente ela nunca retrucou pelas costas.
Por inocência e pela adolescência ela encheu o guarda roupas de fugurinhas.
Por humanidade e por fragilidade ela sempre desabou pelas mortes próximas.
Por caretisse e por preguiça ela sempre foi de preto as sociais.
Por praticidade e fritura ela sempre usou teflon.
Por lealdade e pela madureza ela sempre atendeu o celular.
Por deselegância e pirraça só shortinho surrado na faxina velada pelas vizinhas chatas.
Por educação e benevolência ela nunca usou vaga de idoso ou deficiente.
Por libido, lua cheia, segurança, privacidade, saúde, frescura, medo, arrepio, coragem, viajem, cautela, infra estrutura, fé, migué, sossego, sola dos pés, mentira, sarro, confusão, sangue quente, inocência, adolescência, humanidade, fragilidade, caretisse, preguiça, praticidade, fritura, lealdade, madureza, deselegância, pirraça, educação e benevolência, ela vem se desdobrando.
Ela vem dobrando a curva do social, interferindo em gráficos, alimentando dados, atropelando gatos de tanto estresse por tanto se desdobrar.
Dobra se para encaixar, desdobra se justamente para não encaixar.
Acho até que ela vai dar pé de Facebook, Twitter, monitores luminosos e vizinhas chatas, tudo isso que atiça seu desencaixe, tudo isso que a dessincroniza do seu fluxo.
Pela continuidade e pelo fim ela vai continuar aprontando das suas.