Hoje, enquanto eu estava comendo à mesa, senti fome de lhe ter por perto.
Você alimenta o meu desejo estúpido de poder criar planos em fôrmas redondas, mundos circulares.
Por vez, o seu abraço é o melhor fermento para crescer as minhas sensações contidas.
Em breves dias que transcorrem, sorrisos crus não têm me enchido, momentos de regozijo ora estão sem temperos, ora estão salgados.
O seu temperamento me dá sede de ira, só saliva de ósculos pode me satisfazer.
A sua ausência tornou se presente no meu futuro atrasado.
É de se esperar: passo do ponto sempre quando acrescento muito de você em meus pensamentos desprezos.
Ainda assim, eu tenho cortado em fatias todo o brio que bloqueia lembranças.
Sem escape, fritam se neurônios ao tentarem trazer à memória recortes de cenas em que fomos felizes.
Já degustei de todos os pedaços do mundo, mas ainda há um vazio, ainda há pratos de saudade servidos frio.
Não tenho ideia onde foram parar as receitas que me faziam esquecer esse desejo de lhe ter por perto.
Hoje, enquanto eu estava comendo à mesma, eu tive a certeza de o único que me saciará é você.