Hoje concluo: não foi o amor que me fez sofrer, foi o que eu esperei dele.
Acreditei muitas vezes que a felicidade viria apenas quando eu estivesse totalmente feliz.
Pensei que seria amizade só quando fizessem as minhas vontades e aceitassem de mãos beijadas os meus defeitos.
Jurei que seria amor quando os olhos se cruzassem e não mais quisessem se separar.
E também jurei acreditar que o amor de novela existia.
Até entender que pra ser feliz, basta eu fazer algo pequeno, mas que seja escolha minha, para eu ter a oportunidade de me culpar ou glorificar.
Que pra ser amizade, eu preciso de um 'amigo espelho' para me dizer o que tem de errado em mim, em minha aparência, em meu caráter, sem medo da verdade, e principalmente sem medo de discordar dele.
Porque muitas vezes o outro também quer desabafar e tem lá suas crises existenciais, e é bem mais fácil jogar seus defeitos naqueles que temos afinidades ou que estão por perto.
Até entender que conviver com amigos requer abrir e fechar de mãos, mas nunca soltá las.
E entender que vida de novela é fantasia, e que vida real é a minha, e é dela que eu sempre deverei cuidar.
Antes que o amor acabe.
Antes que o dia termine.
Antes que faltem palavras.
Antes que seja tarde demais