Fragmentos de espelho
O pulso acelerado é uma dica, a carruagem sem freios corre em direção ao despenhadeiro, a boca que outrora falava frases de amor, hoje regurgita em pequenas doses um amargo rancor da traição, respirar é a minha meta, deixar entrar a ultima gota de oxigênio.
Estou morrendo pra vida que tenho, é fato.
Assim vou morrendo pras pessoas com atitudes mesquinhas e sempre com os mesmos pensamentos que nunca se reciclam, morrendo vou analisando o passar dos Dias que não voltam mais.
Sou refém das minhas escolhas, sou o único culpado por minhas colheitas.
Sou forte, sou indestrutível, pensava quando moço, hoje vejo o quanto desperdicei, tempo e forças, com coisas e pessoas que não me acrescentaram nada, nem mesmo desprezo.
Feito um Dom Quixote a procura de moinhos de ventos, sonhando com a amada que se foi com um sem honra, sem espada pra duelar.
Vou vagando por nuvens brancas de algodão, qual uma criança achando que nunca iria crescer.
Na flor da idade, deslizei por muitos corpos, e entre beijos e caricias, em encantos e desencantos, em amores e dissabores.
Usando sempre os mesmos artifícios e mudando as mascaras para diferentes corações, sempre pensando no que achava eu, momentos felizes.
Criei condições, investi tudo, dei o meu jeito, fui amado, amei, fui sincero, enganado, enganei.
O meu grande aliado era o tempo, que muitos viram sucumbir ao temido algoz.
Hoje maduro recolho os pedaços de vidas de enganos e erros, onde somente a quebra de todas as amarras que me acorrentam a minha consciência, poderá amenizar a frustração e arrependimento de uma vida de desencontros de ti.
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( collares Esta é uma obra de ficção )