L i b e r t a s
Onde está esta liberdade
Das bandeiras
Dos discursos
Das metáforas
Metafísicas palavras
Das provas de concurso
Onde está a liberdade
Dos pagãos, cristãos
Onde está a liberdade
Dos cultos e crenças
Dos portadores de doenças
Das melodias
da imprensa
Da sociedade capital
Um Mundo de imagens
Cuja liberdade
Vem no marketing
da garrafa
De um refrigerante
Feito de nada
sem cheiro e sem sabor!
Que liberdade é essa
Que te faz fazer o que não quer
Que te faz deixar
De fazer
o que se quer
E se entregas sempre
pra quem não deve
e se dá as vezes
pra quem não merece
Que vida é essa que vivemos
Achando que somos livres
Como os escravos do Mississipi,
Libertos das plantações de algodão
E que dormiam ao relento
Sem saber o que fazer
voltaram em sofrimento
e o capataz virou patrão
E enquanto houver Estado
continuamos todos escravos
Mas a escravidão nos deu o blues
E o Blues é o hino de protesto do escravo
Que não quer só comida
Quer saída para qualquer parte
A liberdade
ética
Estética
Filosófica
política
sociológica
artística
e anarquista
A liberdade de Kant
Spinoza
Loche, Rousseoau e Proudhon
A liberdade de Bakunin
De Ghandi, Guevara e Chaplin
E só há um ditador
O poeta
que dita o que quer
Para quem quiser
Capaz de dizer que livre
Verdadeiramente livre
é quem tem a consciência da escravidão!
Mas nós temos o blues
E o blues é o hino de protesto do escravo
A marcha do anarquista
A trilha sonora do livre pensador!