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Marilina Baccarat de Almeida Leão

Nunca desistirei do amor
Esse é o meu tempo de amar, de ficar mais doce,
apurar sabores, que vêm do fundo da alma, com sabor
de amor verdadeiro
Eis que entro em plena safra de afetos, sumarenta,
perfumada de mim mesma, a perfumar a noite
Nesta noite chuvosa, gostaria de ser mimoseada
com afetos Não deixar de fazer pequenos agrados a
mim mesma Presentear me com amores possíveis
Enquanto a chuva cai, lá fora, e o verão começa
a dar os ares de sua graça, gostaria de dormir e sonhar
com o amor, nem que fosse eu mesma a inventar
esse sonho
Já que me faz tão bem amar, que eu possa sentir
esse amor, caminhar com ele e poder concretizar essa
vontade de amar Gostaria de me dar esse prazer
Olhando a chuva, que cai, penso que a vida é feita de amor, pois ele é fundamental, para que eu viva
Quantas vezes, por conta de um desprezo, desistimos de nossos amores e cometemos um engano quando escolhemos recuar
A decisão pode até parecer acertada, mas, logo depois, vem o arrependimento e a certeza de que jogamos fora a oportunidade de amar, obter a felicidade, naquilo que nos é importante.
Afinal, desistir de amar é perder a luta sem, ao menos, tê la enfrentado
Muitas vezes, os problemas são mais ameaçadores do que reais.
Portanto, não devemos entregar os pontos toda vez que algo não vai bem, correndo o risco de ficarmos parados e não amarmos
Não podemos deixar as conjunturas nos fazer desistir de nossos amores Temos que encontrar a solução para os problemas e continuar correndo atrás dos nossos apegos e não permitir que a vida passe em brancas nuvens
Devemos enxergar a grandiosidade, que é a vida.
Certamente, seremos mais felizes e entenderemos que amar á valiosíssimo e, portanto, vivê lo é o que podemos fazer para agradecer o fato de podermos amar
Quanto mais a gente busca o lado bom do amor, mais aprendemos e nos tornamos mais felizes.
Pois, muitas possibilidades boas se abrem Nunca desistirei do amor
Marilina Baccarat de Almeida Leão no livro "Sempre Amor" página 133

ORGULHO COLORIDO
Há quem se orgulhe de andar sempre de cabeça baixa,olhando para o chão pois dizem que, olhando para o chão, encontram
muitas coisas interessantes, até dinheiro!
O meu orgulho já é outro, aprendi com meus pais a
andar sempre de cabeça erguida, olhando para o céu.
Só que
com essa, de sempre andar de cabeça erguida, já tomei muitos
tombos e me ralei no chão!
Quando criança, passava sempre as férias em Ubatuba,
lá existe a praia do cruzeiro, onde o padre José de Anchieta,
com a cabeça baixa, escrevia seus poemas na areia.
A onda vinha e os apagava Mas ele tornava a escrever,
não desanimava.
Como era criança na época, não entendia
muito bem, vovó explicava que, naquele lugar, Anchieta,
(fundador da cidade de São Paulo), sempre de cabeça baixa,
não desistia de escrever na areia da praia.
E ela continuava:
veja bem, ele sempre de cabeça baixa, justamente, neste lugar,
onde o por do sol é tão lindo! Realmente, há pessoas
que só andam de cabeça baixa e se esquecem de olhar para
o céu, apreciar o nascer do sol, o por do sol e as estrelas
à noite Ah! E a lua, como é linda, quando está na época
de lua cheia.
O céu fica azul marinho e muitas vezes meio
cor de rosa.
Eu me sinto privilegiada, pois sei admirar o céu, quando
ele está azul marinho ou quando está rosa, mas sei também apreciar,
quando ele se enche de nuvens, avisando que vem chuva
Como é gostoso, quando chove e podemos ficar em casa curtindo aquela chuvinha caindo e embalando o nosso sono.
Assim devemos caminhar, sempre olhando para o céu de onde vem o nosso orgulho colorido.
Claro que devemos ter cuidado,
algumas vezes, olhando para o chão, com cuidado para não cair e se machucar Mas o bom é olhar para o céu e contemplar um dia maravilhoso, o colorido que há nele
Claro que há dias em que o céu está cinza e a sua vida também poderá estar nublada, mas se você aprender a olhar para o céu, a sua vida não poderá jamais estar cinza.
A essência da vida é o colorido que a natureza oferece a ela.
Lembre se disso

Viva a nova estação.
As vitrines estão alegres, todas enfeitadas de folhas secas e roupas para o Outono.
Mas quem disse que as folhas de Outono são folhas mortas Elas dançam valsa bem lenta, quando o vento as toca para outro lado da floresta! O Outono é a estação mais gostosa do ano.
Diz a música que são folhas mortas, que tiveram outrora a cor da esperança.
Mas a cor em que elas ficam no Outono é muito mais bonita que a cor da esperança, que, durante todo ano, as mantém vivas.
Se observarmos bem as folhas no Outono,elas tocam música num canto da floresta.
Formam uma verdadeira orquestra, cujo regente é a estação.
O Outono nos faz lembrar a calma, ele tem alma, é o tempo ideal, de doces palavras, que outrora ouvimos em sombras, que as folhas das árvores nos proporcionavam.
Hoje, essas folhas tem um colorido lindo de um verdadeiro Outono.
Elas dançam ao som da orquestra natural do Outono.
Se observarmos bem, o som que as folhas fazem, quando são tocadas pelo vento, é um som de flauta, que se mistura também com um som de violino, dependendo da velocidade do vento.
As folhas ficam em festa, dançam,estão alegres, felizes, quando tantos dizem que elas estão mortas.
Não! Elas estão é bem vivas e alegres.
Porque a estação mais gostosa acabara de entrar, não tem o fogo que abrasa, nem o frio que nos faz tremer.
Num cantinho da floresta, o Outono toca flauta para que as folhas dancem.
Em breve, quando todo esse colorido for embora e o inverno chegar, vamos sentir saudades do bailado das folhas, que fazem alegrar a nossa vida.
E, em um cantinho da floresta dos nossos corações, teremos saudades das folhas, que dançaram para alegrar a nova estação.
É por isso que hoje me vesti de Outono e o Outono se vestiu em mim!
Marilina Baccarat no livro "Pelos Caminhos do Viver" editado pela editora Scortecci.