Ai então no meu acalanto
Já não vivo mais aos prantos.
Como que pode, veja, estou vivendo como em um filme da época 70.
Já fui muito mais veloz tipo James Dean, percebi o meu final e premeditei o dele, o avisei, mas preferiu correr.
Hoje com a televisão mais colorida tudo é tão mais belo porém fino, não de uma forma bela.
Falta se vinhos, ternos, chapéus e vestidos.
Me lembro algo do tipo mesa de bar, um bilhar e seus beijos, afagados, ofegantes, um leve empurrão ao carro estacionado e um convite ao pecado, ao romance, ao perdido romance.
O romance que se perde ao simples vibrar de um aparelho, as trocas de olhares hoje se vêem voltados à uma única tela e no piscar de olhos já não nos encontramos nos 70, perdemos os 80 dos hippies e reciclamos os punks dos 90.
Só me vejo fora de moda e penso em me apoiar em cada gole de vodka, pois sei e já não faço questão de discernir tal realidade.
Vivo intenso, vivo calmo.
E meu filme favorito ainda será nas ruas opacas mas cheias de brilho de uma Abbey e a leve trilha de The dark side of The moon