Sombra de mim
Esta terça que vibra entre minha razão e emoção me torna um espectador da minha vida a ponto de admirar me.
Me constituo sem alcance de qualquer perfeição, julgando qualquer atitude equivocada.
Existindo dentro de mim sem respirar como se o meu ser isento do racional, fosse um estado de descanso.
Me vivo para a surpresa e perdido ou obstinado, sem diferença, tenho um tema pra seguir no presente que no sonho ou na dor se apresenta.
E mesmo coagido, amedrontado pela ansiedade de cada dia em ser julgado; triunfar incrédulo por não esperar por quem a mim preze ou pelo momento de ser exaltado.
Ao que merece minha concentração, meu tempo empregado e minha causa que pode até ser ao nada comparada, justifico meu ritmo e devoção sem ter de explicar qualquer parte desse particular tesouro.
O lugar que me eleva para além da falta de qualquer outro ganho ou qualquer perda é como um lar.
Chego lá quando me sento e nem imagino.
Onde posso sentir o cheiro do céu.
Chego lá quando penso que não posso abandonar as últimas palavras reunidas sem capricho.
Quando a importância do descanso não é maior que a da reflexão.
Vou até lá quando me vivo e me amo considerando que só tenho isso.
Quando faço o caminho de volta que me levou a queda.
Retorno para o íntimo.
Para o absurdo milagre de insistente felicidade que arde.
Questiono a mim cobrando argumentos.
Não é de graça ou sem preço que se obtém alguma felicidade e não concebo amanhecer com tanta estando rodeado de despropósito, perdido ou obstinado por alguma falsidade.
Sem qualquer falsidade.
Erro, critérios, vaidade.
Banal e carne, a vida completa com os dois lados da moeda.
Escrever por odiar, amar para morrer, jogar contra o irmão.
Errar, errar, errar E ter perdão.
Para o divino, acredito ser a minha melhor e suficiente oferta.
Eu acredito.
Eu erro.