Hoje poderia falar te de tantas coisas profundas, dizer te daquilo que sonho quando tenho os meus olhos abertos, daquilo que sinto quando tenho os meus sentidos despertos.
Hoje podia perder me nas descrições de tantas e tantas emoções, poderia tentar convencer te que o céu não é apenas negro quando é de noite, que a Estrela da Tarde é um planeta e que apesar da dor a vida é sempre bela.
Não, hoje não quero perder me entre palavras, deambular pelas conversas banais, ou por outros discursos mais intelectuais, não me apetece filosofar, sequer sonhar, prefiro apenas ficar calado, encostado aos braços do meu silêncio, no conforto confinado deste momento, em que apenas olho, em que apenas contemplo, o brilho claro de um sorriso, o detalhe quase imperceptível dum reflexo, ou, tão somente o contorno suave duma silhueta que no chão da rua projecta a sombra do teu intelecto.
Há dias assim, em que prefiro não ser nada, para preencher te com tudo aquilo que gosto de observar em ti.