Desde moleque, eu já era um moleque.
Vivia sonhando não em contar as estrelas, mas em usá las pra desenhar uma escada só pra olhar o muro do vizinho.
Via um cano e fazia ele de arma, unia com uma balão de ar e fazia um estilingue.
Via uma árvore, e aquilo ali era um esconderijo pro pique esconde, ou então pra ficar tacando marimba na pipa dos outros.
Vivi as melhores coisas que foram oferecidas a mim.
Nada de bonecas ou de casinha Isso aí é, metaforicamente, um treinamento pra ser dona de casa.
E não era isso que eu queria.
Sempre quis explorar o mundo que me foi concebido.
E fiz isso vivendo, jogando e aprontando as melhores brincadeiras e artes possíveis.
Fui muito feliz.
Pena que hoje em dia as crianças não saibam mais o que é essa felicidade