DIZER NÃO PODE SER UM SIM
Deitei, pra aguardar o sono
Mergulhei num único ato de fato
As margens da paixão quente e finita
As vidraças ficaram embaçadas te aguardando
Tanto tempo que te busquei e esperei
Vinhos e queijos à meditações ficaram se aquecendo na lareira
Minhas sílabas etílicas buscavam vírgulas sóbrias
E trouxeram apenas muitas interrogações enquanto a tua espera fiquei,
Ou tu ou fui eu quem as trouxe,
Ai ! Que diferença faz quem e quando
Se te amo e me amas Palavras Palavras criam asas no ar não nada provam, nada solidificam
Realizemos algo de concreto então, para a veracidade vir a tona
Frente as evidencia do amor!
Será que conhecemos o amor
Eis a questão Depois de tantos amores teus Pode até ser que saibas ser seu o amor
Mas eu Que sei eu de Amor
Vez que de um único amor até hoje provei
E tu me exclamavas com reticências
Reticências tem muito a dizer ah e como tem
Quando voltarei a estar entre vírgulas aguardando teu vulto
Responda me sinceramente, meu amor
Divino ou não, tu és prudente, ora oceânico, místico, ora platônico
Se eu amargamente dissesse :
o amo Pois me equivoquei !
O que tu farias Se não fosse tua de mais ninguém seria
Certa que tu não te darias por vencido!
Busquei entender meus erros de mulher ingrata que tenho sido por não ser tu por mim correspondido, embora saibas que negar minha lascívia tem sido via de mão dupla de retorno a ti
Se fui ríspida quando me beijavas entre versos e rimas, foi para te provocar
Nunca sequer soube ser eu volátil
Fui tola quando te voltei às costas e lacrei a porta de nosso relacionamento!
Quando voltarei
Não sei!
Os desejos foram mais eficazes e qualificados que me derrubaram em torturas
Torturas e migalhas, não aceito,
são lembranças que jogamos aos ralos sociais!
Sai em busca de respostas em meio ao caos por uma e nefasta razão.
Não via mais a esperança, nem a sombras dos espetáculos que roteiramos juntos
Menos um dia
Menos uma esperança
Quanta dúvida casta!
E tu continuas a provocar
Ao meu coração, com pequenas pitadas versadas, debulhas meu infinito amor misericordioso.
Poderíamos usufruir as pétalas dos girassóis de Van Gogh em óleo,
Ou aos riscos cúbicos de Pablo Picasso numa batalha " Guarnica"
Riscar e arriscar em telas meu corpo, e me enaltecer de tua tinta leitosa
E de minha arrepiada epiderme lúgubre
Repleta de ousadia para ser quem abençoa a espinho saliente dos ímpares
Dos descasados rebeldes e mau humorados, retesados, vertendo deleite
Dos lugarejos apaixonados e baldios
De um piano Bethovenissimo e sincero!
Acordo nas ruas perplexas do teu mundo,
Desperto ais passos de meus medos!
Não posso mais esperar!
Preciso que tua lança esperança chegue até este ser varrido de volúpia e desejo
Para que esperar então
Se tudo que me deixastes,
foi um punhado de sonhos bordados de vontade e reiterados desejos.
Não é real, e nem irreal!
É o que tem ser
Seja, esteja
_________________Norma Baker