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Ninna Carpentier

ENFRENTE OS SEUS DEMÔNIOS
Eu confesso! Eu tenho medos! Muitos!
Medo de amar errado, medo de ser amada também.
Medo da desproporção do sentimento.
Tenho medo de sonhos que parecem reais, aqueles que a gente acorda e fica meia hora pra se tocar que era só um sonho.
Tenho medo de exames médicos, confesso! Eu sempre abro os laudos laboratoriais com medo de resultados negativos.
Tenho medo das drogas.
Tenho muito medo desse demônio devorador de vidas.
E ele tem milhares de filhotes do mal espalhados por todos os lugares querendo me pegar.
Tenho medo da morte.
Não da minha, eu até acredito que o outro lado da vida seja bem melhor que este mas tenho muito medo de perder alguém que eu ame tanto ao ponto de não conseguir mais viver sem ela.
Tenho medo da minha culpa.
Minha culpa tem uma face tenebrosa.
É muito difícil compreender que a culpa era mesmo minha e não do outro e isso me devora por completa.
Tenho medo de bichos, não os quadrúpedes, nem os peçonhentos.
Tenho medo do bicho homem, esse que tem veneno nas palavras e ferrão nos abraços.
Tenho medo de polícia e de bandido, eu me confundo às vezes nessa troca de máscaras e fardas.
Tenho medo de política, de jogo de azar, de roleta russa, de dinheiro fácil, de troca com troco, de esmola demais Não me convide pra ser corrupta pois tenho medo de me corromper.
Tenho medo do ódio, não gostaria de conhecer esse sentimento, tampouco desperta lo em alguém.
Tenho medo de perdoar e voltar a ser ferida pela mesma estaca.
Tenho medo de perder os dentes, não por beleza, mas é que o meu sorriso é o portal da minha alma.
Tenho medo daquelas vozes aqui na minha cabeça, aquelas que me vem à mente principalmente quando estou em dúvida.
Tenho medo de envelhecer sem ter vivido, de ver a minha pele se enrugar sem que ela tenha se banhado no sal dos 7 mares.
Tenho medo de escrever e ninguém ler Mas continuo escrevendo.
E de tanto medo, eu mesma leio minhas sandices.
Vou ficando por aqui, já é noite! Tenho medo dos prazeres noturnos, mas eu enfrento meus demônios da madrugada de estiver na sua companhia!
Ajoelhei me!
Amém!
Ando bem acompanhada!

NAMORADA DE SURFISTA
Depois dessa viagem eu descobri um pouco mais sobre o amor.
Volto decidida a viver, ou estar próxima de quem realmente "vive".
Numa psicodelia saudável – tal qual essa foto – de uma existência sempre em contato com a natureza.
Ser namorada de surfista é conhecer praias quase que desertas.
É viajar para destinos paradisíacos antes deles serem tomados pelo dinheiro que acompanha o turismo exaustivo.
É poder sair de Havaianas e bermuda, agarrada a um mega material técnico dentro mochila.
Tralha suficiente para ir morar na lua.
Ele não sabe muito bem pra que aquilo tudo serve, mas sempre serve!
Ser namorada de surfista é acompanhá lo nos dias de semana, que é quando a praia está mais vazia.
Eu sempre dou a maior força para ele ir surfar, porque enquanto eu o espero na areia, estou certa de que no regresso ele vai estar calmo, bem disposto e feliz.
Felicidade estampada naquelas covinhas!
Estamos sempre na função, na logística das marés e previsões meteorológicas.
Onde, se tudo vai bem, eu vou também! Como uma mini lua de mel – só que periódica.
Alojados preferivelmente numa barraca maneira que nos reserve o privilégio da brisa do mar, ao invés de um milionário resort que costumo comparar à um presídio, só que de lazer.
Mal posso esperar até ver outras tartarugas, amendoeiras, jequitibás centenários e araras azuis.
Pra acordar onde o vento sopra, onde a água é fria e o sol nasce às 5:00 da manhã no morro.
Ser namorada de surfista é dividir a minha bagagem com as pranchas e ter a esperança de numa dessas trilhas dar de cara numa praia com ondas.
Onde ao fim da noite ele me traz sal e areia para a nossa cama.
Bastante combustível também pra apaziguar a adrenalina! Uns afagos entre malas e bermudas cheias de parafina.
" Você não tem ciúmes " Ah é difícil não ter ciumes daquela delícia de corpo moreno, mas o que divide o olhar do meu garoto não são as curvas das mulatas de praia, e sim as curvas da motos e das incontáveis pranchas guardadas no quartinho.
Ser namorada do praiano é só para quem gosta de todas essas condições.
Não do surf, nem do mar, nem da praia, nem do pico, mas pra quem gosta – único e exclusivamente – do surfista.
#blogdaninna