Frases.Tube

Vanessa Brunt

O CHARME
Acho cômicas as situações em que pessoas julgam ou não a beleza de alguém apenas por “bater o olho”.
Caramba! Eu amo o charme.
Ele deveria ser mais valorizado, aproveitado, observado.
E sabe porque estou dizendo isto Porque a estética é moldada e levada, o charme não.
Aquela coisa da cara pintada, da roupa estilosa, ou da pele perfeita, somem.
Mas se tiver charme, pode envelhecer o quanto for, ele vai continuar ali.
O charme é o caráter bonito, a inteligência bem exposta e/ou aquele jeito que só aquela pessoa tem de passar a língua pelo canto da boca sem nem reparar.
É a forma engraçadinha que ele tem de sair se esbarrando nas coisas e nos outros, pedindo perdão enquanto o rosto fica corado.
É a maneira com que aquela mulher se empolga ao argumentar sobre tal tema, enquanto mexe as mãos acompanhando a fala, e lhe hipnotiza.
É o olhar que aquele homem tem quando pede desculpas, e lhe amolece.
É o extrovertimento de uns, a timidez de outros, é até o jeito de se estressar que dá uma certa pontada de vontade de sair abraçando enquanto ele(a) grita É aquilo que não se mascara, que vai ser lindo para uns, feio para outros, assim como tudo no mundo, mas que quando belo: não se explica.
E esse “não sei explicar” é tudo! É que muita gente que conhecemos e achamos o rei ou a rainha da beleza, quando trocamos convivência, vão perdendo aquela magia toda, já que o jeito não é aquele que nos encanta: o jeito que afaga o cabelo, que sorri, a forma de falar, ou até o conteúdo do que fala, por vezes são de modos que apagam o brilho aos nossos olhos.
E aquele alguém que era o morno, o sem sal, com um tempo de conversa, de olho no olho, pode se tornar alguém tão maravilhoso! E em casos assim é que surge o “ele(a) é tão Não sei explicar”.
Ah, quando esta frase aparece! Já enfatizei.
Pegue, agarre com tudo, porque não acontece sempre.
Quando alguém não nos agrada é tão simples desmembrar os motivos: “ela tem uma voz estridente demais”, “ele não tem um papo legal”, “ela se olha mais no espelho do que olha para mim”, “ele tem uma mania estranha”, etc.
Porém, quando existem mil e uma citações sobre alguém que tem charme, nossa! Não saber explicar é a melhor coisa, é aquilo que se goza enquanto olha e se namora só de ver, é o que parece que não será encontrado em mais ninguém, e que na hora de sair da garganta para fora, vira essa frasezinha que carrega um peso enorme de fascínio.
E é isto que deveria ser mais apreciado que qualquer coisa mais exterior.
Não estou dizendo que não vamos olhar os rostos bonitos e nem nos cuidar ou que iremos deixar de querer que o outro cuide do aparente também.
Faz bem demais olhar e só de olhar de longe, desejar.
Porém de nada vale esse desejo se o tempo vai diminuir não só por passar a borracha nos traços bem feitos do corpo, contudo também por não ter aquele “não sei explicar” implícito ali.
Analise mais.
É no que se vê de perto, só bem de perto, só conhecendo, saindo lá de dentro para fora, e se admira É no charme, meu caro, que a maior formosura mora.

O AMOR É ELEGANTE
O amor é cuidadoso, altruísta.
Cuidado que não se limita apenas nos momentos de uma febre ou dor de cabeça, que não fica ali somente na cama e no sofá, quando a sós.
É o zelo que não se resume apenas ao remédio dado na madrugada em que ambos ficaram em claro pela virose de um, ou pelo dia em que ela largou seu trabalho inacabado por conta da tristeza dele ao perder aquele cargo tão importante.
É o amparo que não condiz unicamente às situações em que as prioridades mudam pelo outro e esses fatores são, então, contemplados juntos, no seu ninho.
O amor é dedicado em todos os âmbitos.
O amor é cuidadoso fora de casa, na fila do mercado quando um ajuda o outro a pagar a conta enquanto ele a elogia para a moça do caixa.
Diferente daquele cara, que comenta sorrindo para a mesma senhora sobre o quanto a sua mulher é insuportável e coisa e tal, só para arrancar umas risadinhas da desconhecida e elevar seu ego como quem tem um "irresistível senso de humor".
Quem ama não esquece de amar só porque o outro não está presente, e o amor é ação com postura.
Amor mesmo é quando um está no trabalho e o outro em uma reunião informal de pessoas com as quais precisa "fazer média para fechar negócio", e quando nesta reunião alguém comenta algo como "Não acho que fulana vai ter tanto sucesso assim", o fulano, namorado/marido da tal, chega graciosamente, quase esquecendo de instigar o cliente sobre a sua proposta, e vai escancarando uma lista verbal que justifica a capacidade da sua amada para atingir sim um grau elevado de reconhecimento naquilo que faz, convencendo a todos do seu discurso através da vontade de fazê lo.
Não existem distorções, mentiras e exacerbações para parecer engraçado ou tentar se enturmar com quem está comentando isso e aquilo de ruim sobre quem você deve querer bem.
O amor é elegante.
Ele faz com que os atos e as palavras sejam cautelosos, principalmente quando em público.
Faz com que um pondere a imagem do outro como se fosse a própria.
Faz política e propaganda sincera.
Causa com que ambos tenham a sutileza e o respeito de não fazer nada que saiba ter o poder de ferir a conduta de quem se ama, vendendo sempre a melhor figura do(a) parceiro(a) e querendo ser o melhor desenho possível, para que combine com o que pinta e borda de bom do seu cônjuge.
O amor é refinado e laborioso.
Quem tem um amor, amor mesmo, mal precisa de empresário para sair "vendendo o seu peixe", porque o amor exala admiração, e aquele namorado vai falar tão bem do talento da namorada que vai atrair bons interesses para ela.
Ele nunca deixaria passar a chance de meter as caras e com toda a persuasão possível, ir falar com os donos de uma gravadora, se a sua mulher canta.
O amor é a classe de se impor como o assessor de um candidato a presidente em época de eleição.
E o tal candidato, é o seu amor.
Os segredos daquele laço mantem se preservados, e não há críticas pelas costas, porque a elegância exige que as partes ruins sejam debatidas no escritório do casal.
O amor não só fala bem, como não permite que fale mal, a não ser entre as quatro paredes dos dois referentes, mantendo a arte da conversa para a vida saudável não virar um mar de dissimulações.
Claro que existem os amigos que vão saber de um detalhe ou outro, aqueles confidentes que ganham reais conhecimentos para darem seus conselhos e apoios quando preciso for, mas até quando com eles, existe um certo equilíbrio nas falas, algo que não restringe a admiração, que emite apenas o ângulo preocupado e dedicado de quem diz.
Caso contrário, em uma difamação ou indiscrição desnecessária sobre o relacionamento com conhecidos aqui e ali, sem cuidado, sem preservação, na falta da elegância, no abandono do emprego (de ser o assistente, o secretariado do seu par): não está sendo amor, e quando o amor deixa de ser amor em algum momento, ah, meu bem Nunca foi.
ATENÇÃO: No fim das contas, isso se inclui a todos os tipos de amores.
Aos amigos, aos irmãos, aos pais, aos filhos, não só aos casais.