O dom da masculinidade é severo.
Ser um homem e ter o coração de um, é tanto um fardo quando um dom.
As vezes, é muito bom, as vezes é doloroso.
Ser homem é demonstrar força e virilidade, mesmo quando se é apenas um menino que precisa de carinho.
Ser homem é ter de aprender a remar com todas as forças contra a correnteza da vida, contra os desejos sem freio, os hormônios incontroláveis, as ambições desmedidas.
Ser homem é amar com desespero justamente a mulher que nunca se terá nos braços, é ser a companhia que nunca será perfeita, o amigo que nunca será compreendido, o amante que nunca será acolhido.
Ser homem é uma das tarefas mais complexas, perigosas e deliciosas que existem.
Ser homem é padecer de feridas invisíveis e encontrar a cura nos lábios alheios.
Ser homem cansa, mas enaltece.
Enfraquece, mas fortifica, corrompe, mas glorifica.
Ser homem é maravilhoso, mesmo quando aquele homem aparenta ser o mais insignificante na multidão.
Não se aprende a ser um, se nasce como tal.
Depois disso, tudo o que vier é experiência.
Não julguem os homens.
Somente nós sabemos o peso e a dificuldade de carregar o título.
Mas se me pedissem, eu diria que não me imagino de outra forma.
Sou quem devo ser, e viverei sendo quem sempre fui.
Homem entre os homens, mortal entre os mortais.
Apenas mais um rosto nu, no baile de máscaras das emoções humanas.