Esplendor
Pense numa flor.
Que cultivada no jardim.
Ao seu tempo.
Cresceu.
Projetou suas cores em esplendor.
Exalando o perfume por toda sua volta.
E quando era tocada, por chuvas de pedras
Não se deixava sequestrar.
Escondida nas sombras de outras plantas.
Projetando suas próprias vibrações.
em seu espectro único de cores.
Intransferível, na forma,
Enriquecendo o jardim.
Alçando do próprio caule,
em direção a luz do sol.
Abriu se em pétalas até o fim.
Permitindo se, ver.
E ser vista e admirada,
Beijada e visitada.
Distribuindo pólen e sementes,
floreando a vida em sua volta.
Não temia.
Porque sabia que.
Na próxima primavera.
Lá estaria seus frutos, sendo admirados
Por anônimos que passavam.
Sendo contagiando e agradecidos.
Por tanta beleza.
Por aquele que as plantaram.
Não se tornara uma semente.
Que, caída em terra.
Deixou se cimentar, suas possibilidades
de ascensão e abertura de virtudes.
Abriu se toda, até que lhes falta se cores.
E soltou se naturalmente ao solo.
Deixando apenas,
o botão que as segurava a raiz principal.
Tinha gozado todo o sentidos da vida.
Não fora cortada, e nem serviu de adereço.
Não ficara na sombra, com medo das chuvas.
Gastara toda sua formosura, fascinando olhos da vida.
E ao final.
Gloriosamente,
desprendera espontaneamente suas pétalas ao solo.
Para fazer um tapete aos pés da planta raiz.
Para testemunhar.
Que desabrochara, apesar de tudo.
Sem espaço para arrependimento entre uma pétala e outra.
Sabendo.
que na próxima primavera.
O Jardim.
Voltaria a florir.
marcos FereS