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Clarissa Corrêa

Há quem chame de coincidência, acaso, destino; há quem diga que certas coisas estão escritas, que o que tem que acontecer, querendo ou não, acontece.
Prefiro dizer que, não importa se foi um motivo de força maior, superior, divina, se foi uma mãozinha de Deus, Buda, Alá meu bom Alá ou um empurrão das estrelas, cometas, alienígenas, gnomos, fadas, anjos, o que importa é que o encontro aconteceu.
Não um encontro de olhos, mãos, bocas, braços, mas um encontro de corações cansados.
De procurar sem achar, de achar só o que era descartavelmente vulgar.
Existia também o medo.
Medo de se jogar de precipícios, o amor é renúncia.
É preciso dar um tchau para a vida antiga, reciclar emoções, quem sabe rasgar velhos padrões de comportamento e pensamento.
Medo de ser bom, pois somos burros, temos medo de fazer dar certo, de riscar a palavra sofrimento, desencantamento, desilusão do nosso dicionário sentimental.
Medo de não ser quem o outro quer que sejamos, pois o mundo, meu amigo, é feito de máscaras, imagens, maquiagens, escovas, chapinhas e sou bonita assim quando acordo que nem as atrizes da novela da Globo.
Medo de amar, pois o amor é uma incógnita, é preciso que ele entre e se instale para que você realmente perceba e sinta a presença dele.
Medo de que tudo não passe de uma grande mentira, pois o mundo hoje em dia é repleto de gente enganadora, cínica e sem vergonha na alma.
A menina de pele branca se transformou em uma mulher sardenta, que teve todos os seus medos arremessados pela janela pelo menino de olhos verdes, que se transformou em um barbudo de cílios compridos e olhar cheio de sorrisos e pureza.
Uma pureza de criança, uma sinceridade que ultrapassa a barreira da mesmice e do tenho medo de dizer.
Faz algumas horas que meus olhos se encheram de lágrimas, não aquela lágrima amarga, mas uma lágrima diferente, quente, feliz.
Li o texto lindo que você me escreveu, no mínimo, vinte e três vezes.
Meu nariz ficou vermelho e, você sabe, chorei na quietude solitária, porém adocicada pelo calor que o que nós temos provoca lá dentro do coração.
Não aquele calor passageiro, mas o calor que é silenciosamente acolhedor.
Já que a data permite a pieguice excessiva, farei bom uso dela: há exatos oitenta e um dias eu tive a sorte de te encontrar e, de alguma forma, me parabenizo por isso.
Se o medo tivesse sido mais forte do que eu talvez nós não estivéssemos aqui, agora, juntos, unidos, felizes, achados, encontrados e perdidos no meio de um sentimento que, até então, eu desconhecia.
E, que bom, eu fui valente.
E, que bom, a tua valentia deu um chega pra lá nos pseudoreceios que foram surgindo e desaparecendo pelo meio do caminho.
E, que bom, te amar faz com que você se ame mais.
E, que bom, o teu amor faz com que eu me ame mais.
Há quem diga que no começo é tudo lindo assim, mas isso não importa: quem sabe da gente é a gente.
E eu duvido que algum dia deixe de ser lindo, pois a nossa criatividade ultrapassa a barreira da beleza do início seja lá o que isso queira dizer, ainda assim, eu digo que duvido.
Oitenta e uma vidas.
Até que nada nos separe.
Feliz dia dos namorados.

A difícil arte de seguir em frente
(Em outras palavras: na hora do aperto a gente apela para a autoajuda, birita, ombro dos amigos, livros bestas e músicas cafonas.)
Por algum motivo as coisas não deram certo.
Sua vida seguiu por um caminho e a dele dobrou duas quadras mais para a frente.
Você fica se perguntando o que aconteceu, o que deu errado, por que vai ter que enfiar todos os planos dentro da nécessaire, fechar e ficar um tempão sem abrir novamente.
A gente passa por diversas fases.
Sentimos raiva, sentimos dor, sentimos revolta, sentimos desprezo, sentimos saudade, sentimos amor, sentimos medo de nunca mais esquecer, sentimos medo de gostar de novo, sentimos vergonha e receio em repetir os mesmos erros bobos.
Demorei muito para acreditar na mais louca e cruel verdade: quem gosta de você vai te tratar bem.
Quem gosta de você se importa, quer o melhor, te procura, te liga, te dá satisfação.
Quem gosta quer estar junto.
Quem gosta demonstra.
Quem gosta faz planos.
Quem gosta apresenta para a família e amigos.
Quem gosta manda uma mensagem bobinha só pra dizer que ama.
Quem gosta carrega uma foto sua dentro da carteira pra ver quando dá saudade.
Quem gosta abraça na hora de dormir.
Quem gosta dá um beijo de boa noite e de bom dia.
Quem gosta aguenta suas reclamações, sua cólica infernal, suas manhas e manias.
Me desculpa, mas não existe medo que seja maior que um sentimento.
Não existe timidez que seja mais forte que uma declaração de amor.
Não existe distância que deixe uma relação morrer se as duas pessoas querem ficar coladinhas.
Não existe estou dividido entre ela e você.
Quem gosta pode se perder, mas sempre vai saber pra onde quer voltar.
A gente demora pra aceitar, arruma novecentas desculpas para a falta de jeito do outro.
Ah, ele é confuso.
Ah, ele está tenso.
Ah, ele tem medo.
Ah, ele é maluco.
Ah, ele isso.
Ah, ele aquilo.
Desculpa, mas quem quer estar junto pensa ah, que saudade.
Ah, que falta ela me faz.
Quem gosta, gosta.
Sem complicações.
Sem armações e armaduras.
Infelizmente, antes de seguir em frente tentamos interpretar as ações e atitudes da pessoa indecisa.
Ele respondeu assim por tal motivo.
Ele falou isso querendo dizer tal coisa.
Ele isso, mas tenho certeza que ele aquilo.
Quem gosta dá certeza do que sente.
Quem gosta te olha com sinceridade.
Quem gosta não faz joguinho nem te deixa pela metade.
Quem gosta quer te deixar segura.
Por bem ou por mal, precisamos abandonar um sentimento que não traz nada de bom.
Simples assim.
Basta você se perguntar: é essa a vida que quero para mim Eu mereço ser feliz Eu mereço alguém que me ame Eu mereço alguém que se importe Eu mereço quem tenha certeza que me quer Eu mereço ser amada
O momento em que você percebe que o outro não te quer é mágico.
A gente acorda, se sente nova, se sente livre.
É claro que não se afoga um sentimento do dia para a noite.
Mas a gente tenta preencher aqueles espaços com coisas novas: músicas diferentes, bons livros, trabalho, amigos, decoração da casa, um animal de estimação.
Tudo serve para animar, renovar, encher a casa, a vida e preencher o tempo, costurar e remendar nossas feridas.
É claro que vai doer, é claro que você vai sentir, é claro que o sentimento ainda vai latejar por um tempo.
Mas a gente supera a partir do momento em que decide o que merece.